Blog da Casa

Este é um espaço democrático para discussões sobre Jornalismo, seu mercado de trabalho e experiências de quem já está na área. No Blog da Casa você também encontra divulgações de eventos realizados pela CM e vagas de estágios e emprego na área. É só ficar por aqui, afinal a casa é sua!

quinta-feira, maio 28, 2009

Adilson Camargo, no chá das cinco

foto: arquivo pessoal

O entrevistado desta semana é aquele repórter curioso, atento, educadíssimo e que está sempre atrás do personagem ideal para suas matérias especiais... Não raro ele nos liga na assessoria pedindo quase o "impossível". Mas não é que seus desafios são sempre envolventes e nos levam a querer tanto aquele personagem quanto ele?! O repórter Adilson Camargo também foge ao estereótipo do jornalista estressado, pelo menos aparenta sempre estar tranquilo e de bem com a vida. A seguir, os melhores trechos de nossa conversa.

Ficha técnica:
Nome completo: Adilson Ribeiro de Camargo
Pseudônimo: Adilson Camargo
Idade: 39 anos
Nascido em: Itapuí (SP)
Tempo de profissão: 9 anos
Onde se formou? Unesp
Onde trabalha: Jornal da Cidade
Casado? Sim
Filhos? Sim (uma menina linda de 1 ano e 8 meses)
Signo? Sagitário

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - Como você vê o Jornalismo Impresso praticado hoje na nossa região?
Adilson Camargo - Em termos de política editorial, vejo com desalento. É triste ver jornais mais preocupados em agradar amigos e interesses políticos e econômicos do que seus leitores. Infelizmente, essa é uma realidade, em maior ou menor grau, no jornalismo como um todo, seja na nossa região ou em qualquer outro lugar do Brasil. A qualidade dos textos também deixa um pouco a desejar. Dependendo o caso, deixa muito a desejar. Lendo os textos dos recém-formados, vejo o quanto somos imaturos quando saímos da faculdade. Falta senso crítico para a maioria dos formandos.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - O que você mudaria?
Adilson Camargo - Se eu tivesse esse poder, faria um jornal preocupado exclusivamente com o interesse do leitor. É uma utopia do ponto de vista da sobrevivência do veículo? Acredito que sim. Mas eu me daria o direito e satisfaria o meu desejo de tentar. Atualmente, tem muita matéria em jornal que interessa a um grupo muito pequeno de pessoas. Com isso, o jornalista deixa de dedicar mais tempo para assuntos que realmente farão a diferença para a maior parte dos leitores.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - Se pudesse voltar atrás, você estudaria Jornalismo?
Adilson Camargo - Com certeza. Talvez procurasse emprego em uma outra área que não a do jornalismo impresso diário. Como aprendizado (o jornal diário) é uma excelente escola, mas exige demais do jornalista. Além da pressão diária para fazer “virar” as matérias e deixá-las cada vez melhores, temos de sacrificar nossa vida social e em família por conta dos seguidos plantões aos domingos e feriados (nunca remunerados). Tirando isso, a profissão é maravilhosa.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa – Como surgiu o interesse pelo Jornalismo?
Adilson Camargo - Desde muito jovem aprendi a gostar de jornal. Era e continua sendo minha principal fonte de informação - agora rivalizada com os blogs e sites de jornalistas e de jornalismo que existem de monte na internet. Então, por me sentir atraído pelo jornal impresso, decidi fazer jornalismo.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - Qual o segredo para manter boas fontes?
Adilson Camargo -
Tratando-as com honestidade e respeito. Sendo autêntico com as informações que nos foi passada. Assim, as fontes sentem-se mais seguras para nos ligar ou dar as dicas quando procuradas.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa – O que é indispensável para o repórter de jornal diário?
Adilson Camargo -
Disposição, porque todos os dias você tem de produzir matérias e nem sempre você acha as pessoas certas nos locais certos e nas horas certas. Tem dia que você não encontra ninguém para falar, mas a matéria tem de sair no outro dia de qualquer jeito. É preciso também de muita paciência porque nem sempre você é bem recebido. Tem entrevistado que descarrega toda a bronca que ele tem do veículo em que trabalha: o jornalista.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa – Você tem um plano B na vida profissional?
Adilson Camargo - No momento, não. Pretendo continuar jornalista.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - Qual a maior “focada” que você já cometeu?
Adilson Camargo -
Sinceramente, não lembro. Foram algumas, mas nada grave, senão, com certeza, eu lembraria.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - O que você prefere, multidão ou solidão?
Adilson Camargo -
Depende do momento. Mas, com certeza, na maior parte do tempo prefiro multidão. Faz parte da nossa profissão. Além do mais, a agitação é gostosa, é sinônimo de vida, sempre desperta a nossa atenção para coisas diferentes. Mas tem horas que essa agitação toda incomoda e aí é preciso um momento só seu, para uma boa reflexão e autocrítica.

Ping-pong
Amo – Minha família
Odeio – Ironia
Medo – De doença sem cura
Prazer – Tomar café em um dia chuvoso, melhor ainda se estiver fazendo frio
Desafio – Chegar aos 100 anos com saúde
Conquista – Chegar onde cheguei, que não é muito ainda, mas é uma vitória
Time do coração? Aquele que já foi três vezes campeão do mundo
Quem bate um bolão (no mundinho da Imprensa)? Admiro o trabalho do meu colega Rodrigo Ferrari
Palavra – Esperança
Livro de cabeceira – As Intermitências da Morte (José Saramago)
Para os ouvidos – Thrash Metal
Para os olhos – O entardecer
O que o universo @(arroba) lhe diz? O quanto o nosso mundo ficou mais ágil.

terça-feira, maio 26, 2009

FOB-USP realiza oficina de voz e locução

O Departamento de Fonoaudiologia da FOB-USP (Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo) realiza nos dias 28 de maio, 4 e 18 de junho, das 9h às 11h30, a oficina “Voz e Locução” nas dependências da faculdade. O objetivo é levar o conhecimento e a importância da voz para estudantes de Jornalismo, Rádio e TV e a locutores.

O evento é coordenado pela professora Lídia Teles e as aulas serão ministradas por alunas do 4º ano do curso de fonoaudiologia da FOB/USP. Os participantes serão divididos em duas turmas, com cargas horárias e conteúdos idênticos. As inscrições para a primeira turma terminam nesta quarta-feira, 27.

Para a segunda turma as inscrições serão recebidas até o dia 29 (sexta-feira), com as aulas ministradas nos dias 1, 8 e 15 de junho, das 15h às 17h30.

O curso é gratuito, porém é necessário entrar em contato com Rita, na Clínica de Fonoaudiologia da FOB até às 17h30 para realizar a inscrição. Mais informações: (14) 3235-8460.

sexta-feira, maio 22, 2009

Nesta semana, chá das cinco na sexta é com o repórter Rodrigo Mansil

foto: arquivo pessoal

Ele nasceu em Anápolis (GO), tem apenas 27 anos e já morou em cinco cidades do interior paulista desde que decidiu investir na área de Telejornalismo. Rodrigo Manoel da Silva é seu nome de batismo, mas pensando na sonoridade, ele adotou como sobrenome apenas Mansil. Desde 2007, ele colabora com as ações da Casa Midiática. A seguir, nosso bate papo.


Ficha técnica:
Nome completo:
Rodrigo Manoel da Silva
Pseudônimo: Rodrigo Mansil

Idade: 27
Onde trabalha: TV TEM - São José do Rio Preto

Casado? não
Signo? Aquário

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - O que você diria a estudantes de Jornalismo que desejam trabalhar em TV?
Rodrigo Mansil -
A teoria na prática é outra. E para ser jornalista é preciso estar em contato com a notícia. Engana-se quem pensa que a preocupação com o mercado de trabalho vem depois da faculdade. Ao contrário. São as experiências que o estudante conquista durante o curso, em atividades extracurriculares, que vão conferir mais aptidão durante uma seleção de emprego, por exemplo.Você pode ser contratado porque viram seu trabalho, acompanharam sua evolução. E terá maiores chances de ser indicado pelos editores para ocupar determinada função se já circulou pelo meio jornalístico. Diz o ditado popular: "Quem não fala não é ouvido, quem não é visto não é lembrado". Então, capriche no seu marketing pessoal e vá aprender o que a vida tem pra te ensinar...

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - Como você entrou no Jornalismo?
Rodrigo Mansil -
Começou com uma paixão pelo "glamour" da televisão. Depois percebi que é mais transpiração do que holofotes e fama. Jornalista não é artista. É a pessoa que representa a sociedade, que informa, que tem a missão de transmitir conhecimento de uma maneira criativa, precisa, decente. É o cara que faz a dona de casa e o empresário de uma multinacional entenderem o mesmo assunto sem subjugar a capacidade de cada um. Isto significa: ter um bom texto, uma boa desenvoltura e ser um bom contador de histórias. Continuo apaixonado. Poder fazer isso todos os dias é gratificante.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - Como é a sua rotina?
Rodrigo Mansil -
No meu trabalho não há rotina. A cada dia faço matérias sobre assuntos diferentes, conheço ao menos dois, três novos rostos por dia e viajo muito... Aprendo um pouco de tudo. Ah, e não ter que ficar trancado num escritório não tem preço!

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - A veia jornalística ainda pulsa?
Rodrigo Mansil - Infelizmente, em alguns casos, a notícia se torna um espetáculo social. Há matérias detestáveis indo ao ar em diversos veículos. Mas o poder está concentrado nas mãos do telespectador: com o controle remoto ele pode filtrar o que vai ver. Isso pode fazer toda diferença. A veia jornalística ainda pulsa sim. Jornalista é idealista. E o esforço dos profissionais para manter a imparcialidade é grande.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - Futuro...
Rodrigo Mansil - Além de ter passado pela faculdade de Jornalismo, curso Psicologia. Tenho vários planos para o futuro. Escrever sobre comportamento em colunas de jornais e fazer matérias especiais envolvendo este conhecimento na TV são alguns deles.

Ping-pong
Livro - O poder do mito (Joseph Campbell)
Filme - Cidade dos Anjos (1998, EUA. direção Brad Silberling)
Música - todas do Djavan
Um jornalista - Ernesto Paglia
Palavra - liberdade
Abomina - traição
Almeja - trabalhar e ter qualidade de vida, ao mesmo tempo! E não passar com indiferença por ninguém.

sexta-feira, maio 15, 2009

Nesta semana, Márcio ABC

foto: arquivo pessoal

O entrevistado dessa semana tem dois pés no Jornalismo diário e mãos afoitas na Literatura. Autor do romance Parabala (lançado em 2002) e dono de uma trajetória jornalística que ultrapassa duas décadas, Márcio Antonio Blanco Cava - ou simplesmente Márcio ABC - é um dos jornalistas mais criativos e autênticos de que temos notícia no interior paulista.
Passou por emissoras de rádio, assessoria de comunicação, jornais impressos, deu aulas e tem no currículo a participação em dois projetos pra lá de ousados: Diário de Bauru (jornal que fez história na cidade pela independência política e pelos textos de alta qualidade publicados por repórteres e colunistas. O DB publicava, por exemplo, um caderno GLS semanalmente) e Jornal BOM DIA. Foi ele, aliás, quem montou a equipe de Bauru, responsável pelo lançamento do jornal na cidade, em novembro de 2005, o segundo da rede BOM DIA (o primeiro foi lançado no mesmo ano em São José do Rio Preto).
Desde 2008, Márcio ABC é diretor de redação da Rede BOM DIA de jornais (inclui praças em Jundiaí, Sorocaba, Rio Preto, Bauru, Marília e Fernandópolis. Juntas, as praças circulam mais de 30 mil exemplares nas cidades das sedes e regiões vizinhas). E, apesar da correria cotidiana, ele consegue ser comentarista da TV TEM e ainda atualizar seu site, lançado em 2002. Lá, publica contos, crônicas, novelas e outras ideias. Vale visitar. Tá tudo lá: vida, paixões e literatura das boas!
Na última quarta-feira, 12, por MSN, ABC dedicou, gentilmente, uma horinha de seu dia para bater um papo com a gente. Acompanhe:

Ficha técnica:
Nome completo:
Márcio Antonio Blanco Cava
Pseudônimo: Márcio ABC
Idade: 45
Tempo de profissão: 26 anos
Onde trabalha: Jornal BOM DIA e faço comentários na TV TEM
Casado? Sim, com Fernanda Villas Bôas
Filhos? Uma filha de 16 anos
Signo? Áries

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - Como você vê o Jornalismo Impresso praticado hoje no Brasil?
Márcio ABC -
Vejo num estágio de certa indecisão. Isso falando de modo geral. Claro que há ótimos experimentos, casos em que a criatividade e a ousadia trazem um novo alento. Mas em termos gerais, o jornalismo impresso mudou muito pouco em sua essência. Muda-se a cara, muda-se o método, mas a essência permanece. E a essência é muito engessada ainda. Acho que a internet deixou o impresso numa terrível crise de identidade. Mas também tenho certeza de que essa crise passará e, em várias frentes, o impresso continuará com sua importância diante da opinião pública.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - O que você mudaria?
Márcio ABC -
Bom, acho que há muitas mudanças a se fazer. Muitas delas certamente estão a caminho. Mas acho que a principal é fazer a diferença. Não adianta apenas repetir o que os veículos eletrônicos informam durante todo o dia. O impresso, em termos de agilidade, sempre será vencido. Ele só chega no dia seguinte. Então, não há outra maneira para a sobrevivência do impresso senão diferenciar-se por meio de uma cobertura que traga informações exclusivas, histórias diferentes das que já foram dadas, participação dos leitores e uma boa seleção do que realmente importa para o público. Hoje, você pega um portal de internet e lá tem tanta informação que as pessoas ficam desorientadas. As pessoas não têm tempo e nem interesse em ler tanta notícia, como diz aquela música do Caetano (risos).
Então, o impresso precisa cada vez mais aproximar-se do que o seu público realmente quer saber. Esse é um dos grandes desafios dos veículos de comunicação, mas muito mais do impresso. Porque o impresso tem uma limitação física que um portal de internet, por exemplo, não tem. Na internet, cabe tudo. No impresso, não. Quem busca um impresso, quer organização, quer edição, quer que o veículo atenda exatamente às suas expectativas. Na internet, o próprio usuário faz a seleção. No impresso, não. O leitor exige que o veículo o trate bem, quase de maneira personalizada. Claro que aqui há um exagero. Mas se fosse possível, o jornalismo personalizado seria o ideal para o impresso.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - Se pudesse voltar atrás, você estudaria Jornalismo?
Márcio ABC -
Olha, estudaria sim. Não sei se estudaria para praticar, para seguir essa profissão – tão exigente e que suga completamente suas energias. Ou você se doa para o jornalismo ou não vai adiante. Então, não sei se eu repetiria essa dose. Mas faria jornalismo porque a faculdade de jornalismo ajuda muito na sua formação como cidadão, ela traz a você uma nova consciência numa fase importante da vida, que é a passagem final da adolescência para a juventude.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - Qual o futuro dos jornais em rede, como o BOM DIA?
Márcio ABC - O futuro dirá (risos). Bom, eu acho que é uma proposta que se junta a uma dessas que eu citei no início. Acho uma proposta nova, ousada e criativa. Mas o tempo de maturação de um jornal é muito longo. Você forma seu público aos poucos. Acho que é uma alternativa muito boa no sentido de transformar-se, além da produção local, numa grande agência de notícias. E ao mesmo tempo que você tem a preocupação local, como em qualquer veículo que tenta informar bem ao seu leitor, você busca também localizá-lo diante de fatos importantes que acontecem em cenários que não são locais. E para isso a rede garante também agilidade, economia e qualidade ao veículo.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - Literatura ou Jornalismo? Por quê?
Márcio ABC –
hmmmmm.
Blog da Casa/ Elaine de Sousa – Te peguei!
Márcio ABC -
Bom, vou ser bem sincero. Se eu pudesse escolher, eu escolheria a literatura. Porque eu gostaria de poder escrever literatura. Claro que para isso eu precisaria ser melhor nisso (risos). Eu não tenho essa qualidade. Tenho consciência disso. Mas, como eu disse, se eu pudesse escolher... Eu gostaria de atuar na literatura e trafegar no jornalismo. Mas o fato é que o jornalismo é que me sustenta. É só isso que
sei fazer na vida. Claro que eu gosto muito (de Jornalismo). Mas eu preferiria só enfiar a cabeça de vez em quando.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - Qual a maior “focada” que você já cometeu?
Márcio ABC –
Nossa, acho que como todo mundo, já tive muitas... Bom, uma história engraçada, embora eu não saiba se ela se encaixa nesse gênero (risos), foi a seguinte:
Eu trabalhava na Vejinha (lembra quando a Veja tinha as Vejinhas?). E fui fazer uma matéria sobre uma equipe feminina de vôlei. Era um dia frio. Eu cheguei na quadra, as meninas todas lá batendo bola, animadas com a reportagem etc. e tal. Chegamos eu e o fotógrafo. E na hora de começar a falar com elas, me deu um treco e eu travei. Simplesmente não conseguia me mexer. Acho que me deu algo na coluna. Não sei se foi o frio, mas o fato é que precisaram me deitar no chão, me esticar, as meninas todas preocupadas, aquela roda de caras e bocas em cima de mim, o massagista me atendendo (risos)... Bem, foi um mico daqueles. Daí, tive que voltar outro dia para fazer matéria. Fui embora com a maior vergonha.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - Ah... mas aí foi incontrolável... Não foi exatamente uma focada...Um erro de principiante (risos).
Márcio ABC – Pois é...esse aí estou tentando lembrar. Já tive muitos erros, claro. Escrevi coisas que não deviam ser escritas, palavras erradas etc., mas essa grande focada, juro que me fugiu.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - Há algo que você já tenha ensinado na faculdade de Jornalismo e que hoje ache bobagem diante das exigências do mercado de trabalho? Aliás, você percebe muita distância entre o que é ensinado e o que a engrenagem do jornalismo diário exige?
Márcio ABC –
Eu acho que a faculdade jamais deve tentar substituir o mercado de trabalho. Não acho que a faculdade sirva para isso. Acho que a faculdade precisa formar bem o sujeito. Dar a ele a noção clara dos parâmetros da profissão, incluindo aí, além das questões teóricas, as informações de mercado. Não adianta a faculdade querer montar uma redação e formar robôs. Aliás, esse é um dos grandes problemas da educação atual. Na maioria das vezes, o cara é preparado para passar no vestibular, para "vencer" a concorrência e por aí afora. Acho que a faculdade deve se preocupar em levar ao mercado de trabalho um profissional bem informado e bem formado. Claro que os laboratórios e a prática durante o curso são fundamentais. Mas há um limite. A teoria não pode ser simplesmente deixada de lado.
Quanto a algo que eu tenha ensinado, eu sempre procurei levar para dentro da faculdade, no pouco tempo em que fiz isso (uns três anos), uma noção correta do mercado de trabalho. Porque eu sou um profissional de mercado. Não adianta eu querer levar teoria para a faculdade. Aí é que está a necessidade de as faculdades mesclarem teoria e prática. Eu acho que há uma grande falha em boa parte das faculdades de jornalismo. Exige-se isso e aquilo do candidato a professor. Até aí tudo bem. Mas eu acho que deveria ser exigido título disso e daquilo para o professor de teoria. De outro lado, deveria estar o professor de prática. Esse precisa ser do mercado, precisa viver o mercado para poder passar algo ao estudante.
Muitas pessoas dizem "Ah, esse professor nunca entrou numa redação". E daí? Se a proposta dele for dar teoria, ele não precisa ter entrado numa redação. Agora, o que eu acredito é que, além da teoria, é preciso ter prática na faculdade. E aí deveriam entrar os profissionais de mercado, aqueles que vivem ou viveram nas redações. Em vez de um título de mestrado, deveria ser exigido anos de redação ou algo assim. E para os de teoria, aí sim, os títulos.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - O que você não tolera nas pessoas?
Márcio ABC –
Eu não tolero desrespeito. E o desrespeito, na minha concepção, é algo amplo. Que pode ser desde o desrespeito do dia-a-dia entre, por exemplo, colegas de profissão, até o desrespeito à ética. Acho que é isso que eu não tolero de jeito nenhum. E há algo específico também que é o desrespeito à confiança.

Blog da Casa/ Elaine de Sousa - O que tem mais peso, conteúdo ou embalagem?
Márcio ABC –
Hoje, nessa sociedade fútil que estamos criando de maneira exemplar (gargalhadas), a embalagem superou o conteúdo. Quero acreditar que ao menos uma boa parte das pessoas ainda privilegie o conteúdo, mas infelizmente o que se vê é exatamente o contrário. Uma pena, né?

Ping-pong
Amo - Além da minha família, a natureza e o sossego. (e ler, claro)
Odeio - Programas de futilidades
Medo - De que as pessoas que eu amo morram
Prazer - Várias coisas, como ler, transar, conversar com amigos, tomar vinho... Alisar minha cachorrinha quando ela toma banho.
Desafio - Escrever amanhã algo que dê prazer a alguém.
Conquista- O respeito de colegas que eu respeito.
Time do coração? Verdão.
Quem bate um bolão (no mundinho da Imprensa)? Fernanda Villas Bôas e Cristina Camargo.
Palavra: É tudo, tudo mesmo!
Livro de cabeceira - Bom, minha cabeceira tem uma pilha (risos). Sério mesmo. Gosto de muitos, mas sempre deixo lá Crime e Castigo (Fiódor Dostoiévski, 1821-1881).
Para os ouvidos - Uma língua...(gargalhadas)
@ - Um lembrete de que somos quase nada.

sexta-feira, maio 08, 2009

{Chá das cinco, na sexta!

foto: arquivo pessoal camila turtelli
A partir desta sexta-feira, 8 de maio - grande dia, aliás, afinal comemoramos o aniversário do jornalista mais “enfezado” que conhecemos: João Pedro Feza! -, publicaremos a seção de entrevista “Chá das cinco, na sexta”, sempre às 17h, com o perfil de um coleguinha. A lista é grande. São homens e mulheres que atuam em jornais diários impressos, radiofônicos ou televisivos, em revistas, assessorias de comunicação e até alguns desempregados... Gente com muita ou com pouca experiência.

O importante aqui é fazer-se conhecer. É uma oportunidade para você conhecer um pouquinho mais desse pessoal apaixonado por Jornalismo (ou não) e que dá o sangue dia após dia para levar notícias ao público. A estreia (assim mesmo, sem acento, segundo o novo acordo ortográfico) é com a jornalista Camila Turtelli. Vamos lá!

Ficha técnica
Nome completo: Camila Tereza Pereira Turtelli
Idade: 28
Tempo de profissão: 05 anos
Onde trabalha: Jornal Bom Dia, em Bauru
Casada? Solteira (namorando o Bibi!)
Signo? peixes

Elaine de Sousa / Blog da Casa - Em tempos de Orkut, MSN, blogs e Twitter, qual o papel do jornalista diante da avalanche diária de informações transmitidas pelas velhas e novas mídias?
Camila Turtelli - Acho que o papel do jornalista é tentar manter a qualidade da informação. É nessa hora que os profissionais da comunicação precisam estar mais atento. Temos que checar tudo, avaliar, selecionar, pesar, mostrar a notícia de diferentes ângulos e não apenas transmitir, porque é aí que está a diferença entre o internauta que apenas dissemina e o jornalista que informa.

Elaine de Sousa / Blog da Casa - Como você vê o Jornalismo Cultural praticado hoje no Brasil?
Camila Turtelli -
Gosto muito dos meios alternativos, como blogs feitos por jornalistas que informam rápido e vêm sempre com uma análise. Mas analisar o jornalismo cultural no Brasil, de uma maneira assim tão ampla, é complicado. Tem várias vertentes, tem o praticado pelo jornalismo diário de grandes mídias, como o que é feito pela Ilustrada e atinge um público grande. Por outro lado, tem o que é feito em revistas, que é mais rebuscado como o da Bravo, que às vezes me agrada outras não por ser muito acadêmico... Já no interior, o jornalismo cultural nos veículos diários fica mais preso à agenda mesmo, o que não é algo tão bacana assim.


Elaine de Sousa / Blog da Casa - O que você mudaria?
Camila Turtelli - Acho que ele precisa ser mais acessível, mais simples, sem perder a qualidade. Como faz isso, eu ainda não descobri.


Elaine de Sousa / Blog da Casa - Se pudesse voltar atrás, você estudaria Jornalismo?
Camila Turtelli - Acho que sim, porque essa profissão é meio viciante, apesar de não ser muito reconhecida e exigir muito esforço. Mas eu acho que teria feito outra faculdade junto que me oferecesse mais base teórica, como Direito ou História. Cursos que eu ainda quero fazer.

Elaine de Sousa / Blog da Casa - Qual a maior “focada” que você já cometeu?
Camila Turtelli -
Putz, tiveram várias... Uma vez eu fui cobrir um show no Alameda (Alameda Quality Center, localizado em Bauru, complexo que reúne praça de alimentação, salas de cinema, bares e espaços culturais) e perguntei para a Aurivânia Constantino (empresária responsável pelo empreendimento) se ela trabalhava ali, achando que ela era uma das recepcionistas do evento... Mas tem piores, preciso lembrar... (risos)
Elaine de Sousa / Blog da Casa - (risos) Essa já foi bem ruim...

Elaine de Sousa / Blog da Casa - O que é twittar? Qual o sentido disso para você?
Camila Turtelli - Ainda não tenho muita certeza do que seja twittar. Nos últimos meses, eu fiquei fascinada pelo Twitter, mas isso perdeu a força em menos de um mês. Acho que ninguém sabe ainda direito usar essa ferramenta. Mas é mais um meio de espalhar informação rápido, rápido.

Elaine de Sousa / Blog da Casa - O que você não tolera nas pessoas?
Camila Turtelli - Mentira, derrotismo e preconceito.

Elaine de Sousa / Blog da Casa - Solidão ou multidão? Por quê?
Camila Turtelli -
Solidão. Eu sou muito chata e tem horas que eu preciso ficar sozinha, porque nem eu me suporto.

Ping-pong
Amo: Minha casa
Odeio: Fazer o que eu não gosto
Medo: Morrer antes do tempo certo.
Prazer: Em não fazer nada
Desafio: Ser mais humilde e menos preguiçosa
Conquista: Ter conseguido ficar de cabeça pra baixo no tecido acrobático e subir de volta sozinha
Palavra de ordem: Respeito
Livro de cabeceira: Cem anos de solidão e A paixão segundo G.H. Mas um dos mais recentes que eu li e gostei muito foi o "Política" (do Adam Thirwell)
Para os ouvidos: Indie Rock'n'Roll, Beatles e Cat Power
@: Vício.

Quer conhecer o trabalho da Camila? Acesse o blog dela!

Entrevista da sexta

Fique de olho... ainda hoje vamos estrear a coluna "Chá das cinco, na sexta", com perfis dos nossos coleguinhas... até mais tarde!

quarta-feira, maio 06, 2009

Casa Midiática recebe inscrições para Curso de Telejornalismo até a próxima sexta, 8/5

Na foto, o jornalista Rodrigo Mansil, que vai ministrar o segundo módulo do curso de 32 horas, no dia 23/5, e fará análise dos VTs produzidos no encerramento, dia 6 de junho.

Os jornalistas Denilson Mônaco (afiliada Globo/Bauru), Rodrigo Mansil (afiliada Globo/ São José do Rio Preto), Giuliano Tamura (afiliada Globo/ Bauru), Edgar Alencar (SporTV) e Luiz Malavolta (TV Record/ São Paulo) ministram o curso "Telejornalismo: da pauta às reportagens de rua e apresentação", nos dias 16, 23, 30/5 e 6 de junho, em Bauru/SP. A Casa Midiática recebe inscrições por telefone (14) 3011-6970 ou pelo site da Casa {Midiática}somente até esta sexta-feira, 8 de maio.

Os alunos também podem optar por módulos separados. Neste caso, cada módulo custa R$150,00. Informe-se com nossa equipe!

Produção, reportagens de rua, apresentação em bancada, as grandes matérias de rede e outros assuntos estão na pauta do curso em seus quatro módulos. Acesse o nosso site e confira a programação completa do curso, que terá 32 horas de duração, em 4 módulos. Todos os participantes receberão certificado, apostila e CD com gravação de exercícios.

Realização: Casa {Midiática}. Apoio: Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo.

segunda-feira, maio 04, 2009

Agência Unesp de Inovação promove concurso

A Agência Unesp de Inovação, da Universidade Estadual Paulista, lançou um concurso para escolher um logotipo e um nome fantasia que representem as atividades da recém-criada agência.
Podem participar alunos regularmente matriculados na Unesp. Os prêmios aos três primeiros colocados serão oferecidos na forma de cursos nas áreas de design e criação. Interessados devem enviar suas propostas até o dia 27 de maio.
Reestruturada a partir do Núcleo de Inovação Tecnológica, que funcionava desde 2007, a Agência Unesp de Inovação tem como objetivos proteger e transferir o conhecimento tecnológico desenvolvido no âmbito da universidade e estimular a inovação.
“Nossa missão institucional é gerir a política de proteção e inovação das criações intelectuais da Unesp”, explica José Arana Varela, diretor executivo da agência e vice-presidente do Conselho Superior da FAPESP.
Segundo a Unesp, para a premiação serão levados em conta critérios como criatividade, originalidade, comunicação e relação estreita com os objetivos da agência. O logotipo e o nome fantasia premiados serão utilizados em eventos em que a agência estiver envolvida, bem como em jornais, revistas, cartazes e na internet.
Cada participante, com idade mínima de 18 anos, pode inscrever até três propostas, que devem ser individuais. As propostas, de acordo com os organizadores do concurso, devem ser apresentadas na forma impressa, em versões preto-e-branco e colorida, e gravadas em CD.
Mais informações no site: www.unesp.br/int_noticia_imgesq.php?artigo=4155

domingo, maio 03, 2009

Plano diretor em Comunicação é tema de oficina ministrada em Bauru

No dia 23/5, o professor Gilberto Lorenzon volta a Bauru para ministrar uma oficina pela Casa Midiática. Desse vez, Lorenzon aborda o Plano Diretor em Comunicação - a ferramenta que orienta os passos do assessor no relacionamento com seu cliente e a mídia.

Nessa abordagem, de acordo com Lorenzon, o “Plano Diretor de Comunicação” converte-se na bússola da assessoria de imprensa, que orienta as ações de comunicação, tanto no ambiente interno quanto no externo à corporação. "O Plano Diretor de Comunicação permite que a assessoria de imprensa transforme o discurso empresarial em conteúdos de interesse midiático e social".

Não escapa à oficina, uma visão da preparação das fontes de entrevistas, importante tema nas modernas assessorias. Veja a programação:

23/5/2009

das 9h às 12h:
- Cultura empresarial, comunicação interna e comunicação integrada
- Como diagnosticar uma empresa; como elaborar bancos de dados; como preparar um banco de fontes de entrevista

das 13h às 18h:
- Plano Diretor de Comunicação Integrada
- Media Training: o corpo fala, e não mente

Vagas: limitadas. Duração: 8 horas. Investimento: R$150,00 (pgto até 8/5 desconto de 20%=R$120,00)

Formas de pagamento:
À vista: R$120 (pgto até 8/5)
À vista: R$150 (pgto até 15/5)
2X de R$ 80 (pgto da 1ª parcela até 8/5 + cheque pré-datado para 8/6)
3X de R$ 65 (pgto da 1ª parcela até 8/5 + cheques pré-datados para 8/6 e 8/7)

GARANTA SUA VAGA!